segunda-feira, 16 de maio de 2016

Fernão Mendes Pinto




Fernão Mendes Pinto (, Montemor-o-Velho, 1510-14 —, Almada, Pragal, 8 de Julho de 1583) foi um aventureiro e explorador português.

Sabe-se hoje que não fez realmente parte da primeira expedição portuguesa que logrou alcançar o Japão, em 1542, mas sim duma das primeiras. Acontece que os governantes locais que o receberam não tinham ainda visto outros ocidentais e por isso reagiram dizendo-lhe que tinha sido o primeiro a chegar àquelas paragens. A chegada dos portugueses ao Japão foi muito celebrado, e perdura ainda na memória cultural japonesa, porque foi o episódio que permitiu a introdução das armas de fogo naquele país. O próprio Fernão Mendes Pinto insere-se nesse papel, descrevendo o espanto e o interesse do dito rei local (na verd

ade um daimio) quando viu um dos seus companheiros disparar uma arma enquanto caçava.

Ainda pequeno, um seu tio levou-o para Lisboa onde o pôs ao serviço na casa de D. Jorge de Lencastre, Duque de Aveiro, filho do rei D. João II. Manteve-se aqui durante cerca de cinco anos, dois dos quais como moço de câmara do próprio D. Jorge, facto importante para a comprovação da sua descendência duma classe social que contradizia a precária situação económica que a família então detinha.


Em 1537, parte para a Índia, ao encontro dos seus dois irmãos. De acordo com os relatos da sua obra Peregrinação, foi durante uma expedição ao mar Vermelho em 1538, Mendes Pinto participou num combate naval com os otomanos, onde foi feito prisioneiro e vendido a um grego e por este a um judeu que o levou para Ormuz, onde foi resgatado por portugueses.


Acompanhou a Malaca Pedro de Faria, donde fez o ponto de partida para as suas aventuras, tendo percorrido, durante 21 acidentados anos, as costas da Birmânia, Sião,arquipélago de Sunda, Molucas, China e Japão, grande parte desse tempo ao lado do pirata António de Faria. Numa das suas viagens a este país conheceu S. Francisco Xavier e, influenciado pela personalidade, decidiu entrar para a Companhia de Jesus e promover uma missão jesuíta no Japão.


Em 1554, depois de libertar os seus escravos, vai para o Japão como noviço da Companhia de Jesus e como embaixador do vice-rei D. Afonso de Noronha junto do daimyo deBungo. Esta viagem constituiu um desencanto para ele, quer no que se refere ao comportamento do seu companheiro, quer no que respeita ao comportamento da própria Companhia. Desgostoso, abandona o noviciado e regressa a Portugal.


Com a ajuda do ex-governador da Índia Francisco Barreto, conseguiu arranjar documentos comprovativos dos sacrifícios realizados pela pátria, que lhe deram direito a uma tença, que nunca recebeu. Desiludido, foi para a sua Quinta de Palença, em Almada, onde se manteve até à morte e onde escreveu, entre 1570 e 1578, a obra que nos legou, a sua inimitável Peregrinação. Esta só viria a ser publicada 20 anos após a morte do autor, receando-se que o original tenha sofrido alterações às quais não seriam alheios os Jesuítas.







fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Fern%C3%A3o_Mendes_Pinto

Cantiga

A cantiga constitui uma composição medieval galego-portuguesa de tema religioso ou profano, destinada a ser cantada. É composta normalmente por um mote de 4 ou 5 versos e por uma ou várias glosas de 8,9 ou 10 versos em que se repete no final o ultimo verso do mote.


Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.

Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.

Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.

Luís de Camões

Esparsa



É uma trova de tema amoroso que não é precedida nem por uma glosa nem por um mote,está constituída por uma única estrofe que é uma redondilha maior, pode ter desde oito a dezasseis versos, generalizada na Península Ibérica a partir do século XV e está presente no Cancioneiro Geral.




Os bons vi sempre passar
no mundo graves tormentos;
e, para mais m´espantar,
os maus vi sempre nadar
em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
o bem tão mal ordenado,
fui mau, mas fui castigado:
Assi que, só para mim
anda o mundo concertado.

      Luis de Camões












sábado, 14 de maio de 2016

Vilancete

O vilancete é um poema que é introduzido por um mote de 2 ou 3 versos,caso o ultimo verso do mote se repita no fim de cada estrofe,diz-se que é um vilancete perfeito.
O mote é seguido de uma ou mais estrofes(voltas,coplas ou glosas) cada constituída por 7 versos.
Cada verso de um vilancete é normalmente dividido em 5 ou 7 silabas métricas, no caso de serem apenas 5 silabas métricas é uma rendondilha menos,se forem 7 silabas métricas é uma redondilha maior.



Descalça vai para a fonte
Leonor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.

Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata, 
Sainho de chamalote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura.
Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro entrançado
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à fermosura.
Vai fermosa e não segura.


quarta-feira, 4 de maio de 2016

Soneto

Leda serenidade deleitosa,

que representa em terra um paraíso;

entre rubis e perlas, doce riso,

debaixo de ouro e neve, cor de rosa;



presença moderada e graciosa,

onde ensinando estão despejo e siso

que se pode por arte e por aviso ,

como por natureza, ser fermosa;

fala de quem a morte e a vida pende,
rara, suave; enfim, Senhora, vossa;
repouso nela alegre e comedido;

estas as armas são com que me rende
e me cativa Amor; mas não que possa
despojar-me da glória de rendido.

Luís de Camões


Tema:  A Figura feminina 
Assunto: O autor descreve a mulher física e psicologicamente como sendo                        perfeita, portadora apenas de qualidades. Este considera a mulher                     como ser superior divino de beleza incomparável. Camões expressa                  a sua opinião, claramente positiva sobre a figura feminina (confessa que nunca deixa de resistir aos seus encantos).


Estrutura Externa: Soneto (2 quadras, 2 tercetos) logo, 14 versos, sendo                                      estes decassílabos; 
                               Nas quadras, esquema rimático, abba, formando a rima                                    emparelhada/interpolada;Nos tercetos, esquema rimático,                                cde/cde.


Estrutura Interna: O poema é constituído por 4 momentos diferentes.
A 1ª quadra corresponde à apresentação do tema a desenvolver,  a mulher. O autor descreve-a como sendo valiosa, alegre e serena, chegando mesmo a compará-la com um paraíso. Elogia ainda fisicamente, comentando o seu riso e a sua pele. Camões considera a sua amada perfeita.
Na 2ª quadra que corresponde ao desenvolvimento do tema, o autor dá continuidade à descrição da mulher, nunca deixando de recorrer aos elogios. Fala da sua graciosa presença, não deixando de frisar a naturalidade, o bom senso, a discrição e a formosura da figura feminina.
No 1º terceto (confirmação), Camões confirma tudo o que disse anteriormente, falando da Senhora, como ‘’rara’’ e ‘’suave’’, dizendo mesmo que a vida e a morte dependem dela. Resumindo, Camões seria capaz de morrer pela sua amada, pelo seu amor. Esta influencia-o de tal modo que a sua presença o deixa sossegado e calmo.
Finalmente, o soneto termina com uma chave de ouro que encerra o seu pensamento. É nos revelado o sentido do poema. Ao longo do soneto, o autor descreve algo pelo qual mostra muita admiração e também desejo. Para Camões, as armas que o cativam no amor são todas as características da mulher que falou anteriormente, daí considerar-se como rendido aos encantos da mulher. Só neste terceto entedemos a paixão de Camões, justificada pela figura bela da mulher. Esta paixão referida poderia ser pela Infanta D.Maria. 

Figuras de estilo: 

Enumeração (adjectivos)
- ‘’Leda serenidade deleitosa ,’’ (v.1)
- ‘’entre rubis e perlas, doce riso,’’ (v.3)
Hipérbole
- ‘’que representa em terra um paraíso;’’ (v.2)
- ‘’fala de quem a morte e a vida pende,’’ (v.9)
Personificação
- ‘’doce riso,’’ (v.3)
Adjectivação
- ‘’Leda1 serenidade deleitosa ,’’ (v.1)
Dupla adjectivação
- ‘’presença moderada e graciosa,’’ (v.5)
Antítese (morte e vida)
- ‘’fala de quem a morte e a vida pende,’’ (v.9)




quinta-feira, 7 de abril de 2016

O retrato da mulher na poesia lírica de Camões

O retrato feminino é um tema recorrente na poesia lírica de Camões, descrevendo o sujeito poético a mulher ora na sua configuração ideal ora na sua existência mais concreta.

O Renascentismo assenta em características como a harmonia e a perfeição, que perpassavam todas as artes, e o retrato da mulher ideal na pintura e na literatura – leia-se no modelo petrarquista – não é exceção. Este modelo define a mulher como possuidora de cabelos loiros, olhos verdes e faces rosadas. À perfeição física corresponde uma perfeição psicológica de modo que a mulher petrarquista apresenta um espírito calmo e representa uma mulher de poder superior, que exerce um domínio mágico («mágico veneno» in «Um mover d’ olhos brando e piadoso»), que cativa e submete o sujeito lírico.

No soneto «Ondados fios d’ouro» reluzente está claramente representado o ideal de beleza feminina para Camões, nas faces, nos olhos e na boca (“perlas e corais”), apresentando-se a mulher perfeita, angélica. Outro exemplo é o vilancete «Descalça vai pera fonte», que tanto retrata a mulher com essa perfeição física como também com a «graça» (“Que dá graça à fermosura») e a pureza na roupa branca para além da sensualidade simbolizada no encarnado.


Em contraste com este tipo de retrato, nas endechas «Aquela cativa que me tem cativo» o sujeito lírico descreve uma mulher espiritualmente em sintonia com o modelo petrarquista, mesmo que, fisicamente, Bárbara seja uma escrava de pele escura e olhos escuros, uma mulher mais exótica. Não podemos deixar de pensar numa presença feminina mais autêntica porque resulta da experiência do Poeta, no seu exílio noutras latitudes e longitudes.
Em suma, Camões soube conciliar as nossas tradições literárias, desde a donzela da cantiga de amigo, passando pela divinização da mulher, até ao modelo ideal feminino de Quinhentos.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Lírica camoniana: temas, formas, influências

   Na lírica camoniana predomina o tema do amor, cantado em todos os tons,
   Além dos temas amorosos salienta-se  o do desconcerto ou do absurdo. referindo ora a aspetos sociais e morais, ora a um sentido mais profundo, que engloba toda a existência: o eterno problema do mal. Temos ainda  composições de tema religioso, motivadas por influências bíblicas, e finalmente poemas de circunstância.
   Quanto às formas, a variedade da lírica camoniana não é menor.
   Como é natural, a maioria das composições adotam a medida nova que o Renascimento pôs em voga e alguns géneros líricos herdados da estética clássica: O soneto, o terceto, a oitava-rima, a canção e a ode, a elegia, a écloga.
   O uso destas formas vasadas no decassílabo arrasta quase sempre uma atitude séria face aos temas tratados.
   No conjunto da obra lírica sente-se a fecunda influência de Virgílio, Ovídio e Horácio.
   Torna-se ainda mais patente a influência de Petrarca e dos petrarquistas, que Camões traduz, glosa, parafraseia, aproveitando a seu modo, no sentido da sua forma mental, temas , tópicos, giros estilísticos que se tornaram a gramática poética obrigatória da poesia amorosa do Renascimento.
   Alguns desses temas derivam já da poesia provençal e do romance cortês: a mulher como ser superior, quase divino, de beleza inefável.
   Camões "petrarquizou" como fizeram todos os poetas seus contemporâneos, maiores ou menores. Essa atitude era própria da poética renascentista, fundamentalmente imitativa, empenhada no aperfeiçoamento através da aprendizagem com os modelos, nada disto era incompatível com a expressão da originalidade pessoal, nem sequer com o cultivo de uma "maneira" individual.





FONTE:   "Viagens" Literatura Portuguesa 10º ano 

segunda-feira, 14 de março de 2016

Classicismo

Classicismo, ou Quinhentismo (século XV) é o nome dado ao período literário que surgiu na época do Renascimento (Europa séc. XV a XVI). Um período de grandes transformações culturais, políticas e económicas.
Vários foram os fatores que levaram a tais transformações, dentre eles a crise religiosa (era a época da Reforma Protestante, liderada por Lutero), as grandes navegações (onde o homem foi além dos limites da sua terra) e a invenção da Imprensa que contribuiu muito para a divulgação das obras de vários autores gregos e latinos (cultura clássica) proporcionando mais conhecimento para todos.
Foi na arte renascentista que o antropocentrismo atingiu a sua plenitude, agora, era o homem que passava a ser evidenciado, e não mais Deus.
A arte renascentista se inspirava no mundo greco-romano (Antiguidade Clássica) já que estes também eram antropocêntricos.


Características do Classicismo

  • Racionalismo: a razão predomina sobre o sentimento, ou seja, a expressão dos sentimentos era controlada pela razão.
  • Universalismo: os assuntos pessoais ficaram de lado e as verdades universais (de preocupação universal) passaram a ser privilegiadas.
  • Perfeição formal: métrica, rima, correção gramatical, tudo isso passa a ser motivo de atenção e preocupação.
  • Presença da mitologia greco-latina
  • Humanismo: o homem dessa época se liberta dos dogmas da Igreja e passa a se preocupar com si próprio, valorizando a sua vida aqui na Terra e cultivando a sua capacidade de produzir e conquistar. Porém, a religiosidade não desapareceu por completo.

Principais Autores e Obras

Luís Vaz de Camões
Um dos maiores nomes da Literatura Universal, e certamente, o maior nome da Literatura Portuguesa.
Escreveu poesias (líricas e épicas) e peças teatrais, porém sua obra mais conhecida e consagrada é a epopeia “Os Lusíadas” considerada uma obra-prima.
Essa obra é dividida em 10 partes (cantos) com 8816 versos distribuídos em 1120 estrofes e narra a viagem de Vasco da Gama às Índias enfatizando alguns momentos importantes da história de Portugal.
Outros escritores existiram, porém não tiveram tanto destaque quanto Camões, são eles: Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro e António Ferreira.
O Classicismo terminou em 1580, com a passagem de Portugal ao domínio espanhol e também com a morte de Camões.
Leia mais sobre os Escritores do Classicismo.


Características de uma epopeia

  • É escrita em versos.
  • O tema é sempre grandioso e heróico e refere-se à história de um povo.
  • É composta de proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo.

Fonte:
InfoEscola: http://www.infoescola.com/literatura/classicismo/

Humanismo

humanismo foi uma época de transição entre a Idade Média e o Renascimento.

Como o próprio nome já diz, o ser humano passou a ser valorizado.
Foi nessa época que surgiu uma nova classe social: a burguesia. Os burgueses não eram nem servos e nem comerciantes.

Com o aparecimento desta nova classe social foram aparecendo as cidades e muitos homens que moravam no campo se mudaram para morar nestas cidades, como conseqüência o regime feudal de servidão desapareceu.
Foram criadas novas leis e o poder parou nas mãos daqueles que, apesar de não serem nobres, eram ricos.

O “status” econômico passou a ser muito valorizado, muito mais do que o título de nobreza.
As Grandes Navegações trouxeram ao homem confiança de sua capacidade e vontade de conhecer e descobrir várias coisas. A religião começou a decair (mas não desapareceu) e o teocentrismo deu lugar ao antropocentrismo, ou seja, o homem passou a ser o centro de tudo e não mais Deus.
Os artistas começaram a dar mais valor às emoções humanas.
É bom ressaltar que todas essas mudanças não ocorreram do dia para a noite.


HUMANISMO = TEOCENTRISMO X ANTROPOCENTRISMO
Algumas manifestações

- Teatro
O teatro foi a manifestação literária onde ficavam mais claras as características desse período.
Gil Vicente foi o nome que mais se destacou, ele escreveu mais de 40 peças.
Sua obra pode ser dividida em 2 blocos:
Autos: peças teatrais cujo assunto principal é a religião.
“Auto da alma” e “Trilogia das barcas” são alguns exemplos.
Farsas: peças cômicas curtas. Enredo baseado no cotidiano.
Farsa de Inês Pereira”, “Farsa do velho da horta”, “Quem tem farelos?” são alguns exemplos.

Poesia
Em 1516 foi publicada a obra “Cancioneiro Geral”, uma coletânea de poemas de época.
O cancioneiro geral resume 2865 autores que tratam de diversos assuntos em poemas amorosos, satíricos, religiosos entre outros.

Prosa
Crônicas: registravam a vida dos personagens e acontecimentos históricos.
Fernão Lopes foi o mais importante cronista(historiador) da época, tendo sido considerado o “Pai da História de Portugal”. Foi também o 1º cronista que atribuiu ao povo um papel importante nas mudanças da história, essa importância era, anteriormente atribuída somente à nobreza.

Obras
“Crônica d’El-Rei D. Pedro”
“Crônica d’El-Rei D. Fernando”
“Crônica d’El-Rei D. João I”

Fonte:
InfoEscola:  http://www.infoescola.com/literatura/humanismo/

Renascimento

Renascimento foi um movimento cultural que marcou a fase de transição dos valores e das tradições medievais para um mundo totalmente novo, em que os códigos cavalheirescos cedem lugar à afetação burguesa, às máscaras sociais desenvolvidas pela burguesia emergente.
Esta importante etapa histórica predominou no Ocidente entre os séculos XV e XVI, principalmente na Itália, centro irradiador desta revolução nas artes, na literatura, na política, na religião, nos aspectos sócio-culturais. Deste pólo cultural o Renascimento propagou-se pela Europa, especialmente pela Inglaterra, Alemanha, Países Baixos e com menos ênfase em Portugal e Espanha.
Neste momento crítico de profundas transformações, surgiu o Renascimento, com uma eclosão criativa sem precedentes, inspirada nos antigos valores greco-romanos, retomados pelos artistas que vivenciaram a decadência de um paradigma e o nascimento de um universo totalmente diferente. Este movimento representou, portanto, uma profunda ruptura com um modo de vida mergulhado nas sombras do fanatismo religioso, para então despertar em uma esfera materialista e antropocêntrica. Agora o centro de tudo se deslocava do Divino para o Humano, daí a vertente renascentista conhecida como Humanismo.
Alguns estudiosos atribuem a expressão Renascimento ao italiano Giorgio Vasari, que a teria usado para explicar o esplendor artístico e cultural vivenciado na Itália neste período, com repercussões na pintura, na literatura e na ciência. Outros atribuíam ao historiador francês Jules Michelet o uso deste termo ao se reportar a esta época, quando Giotto revolucionava as artes plásticas, enquanto Petrarca se tornava o pioneiro do Humanismo.
Na sociedade desenvolviam-se rapidamente instâncias políticas intensamente centralizadas, uma economia de âmbito urbano e de natureza mercantil, e florescia o mecenato – surgimento de mecenas, ou seja, patrocinadores das artes, dos criadores.
Na vertente humanista da Renascença, o Homem é a peça principal, agora ocupando o lugar antes impensável do próprio Criador. Este aspecto antropocentrista se prolonga por pelo menos um século em toda a Europa Ocidental. Petrarca via este período como o fim de uma era sombria, referindo-se à Era Medieval. Este movimento privilegia a Antiguidade Clássica, mas não se limita a reproduzir suas obras, o que reduziria sua importância. Seus seguidores recusavam radicalmente os valores medievais e para alcançar esse objetivo usavam a cultura greco-romana como o instrumento mais adequado para a realização de suas metas.
Além do Antropocentrismo, o Renascimento também introduz princípios hedonistas – a busca do máximo prazer no momento presente, como tesouro maior do Homem – e individualistas – a exaltação do indivíduo e de sua suprema liberdade dentro do grupo social -, bem como o otimismo e o racionalismo.

Em Portugal o Renascimento, em gérmen desde finais de Quatrocentos, quando se instalaram  por cá humanistas, teve condições sobremaneira propicias nos sucessos do reinado de D. Manuel


Fontes:
"Viagens" Literatura Portuguesa 10º ano
InfoEscola: http://www.infoescola.com/movimentos-culturais/renascimento/

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Apenas


09-01-2065
  É incrível como e uma só palavra pode destruir uma vida. É incrível como uma acto pode acabar com a felicidade. É incrível como o ser humano está programado para não saber amar. É incrível como todos nós fomos programados para destruir. É incrível como a nossa realidade me assusta.
  Assusta-me de morte a forma como todos os dias me lembro que eu escapei à regra, assusta-me solenemente como fui estruturada para amar.
  Sabes? Eu tenho um marido, dois filhos e netos que para ser sincera eu não os amo. Não como te amava a ti.
  Doí. Doí pensar que tudo o que vivi ao teu lado não passou de uma mera ilusão. Todos os dias me pergunto porque partiste sem te despedires.
  Não encontro forma de explicar o porquê de um rapaz como tu ter deixado a família de rastos.
  Eu sei que provavelmente sabes que o teu sobrinho já está um homenzinho, sempre que ele vem visitar a namorada eu vejo nele o que vi em ti quando entrei naquele café.
  Apenas quero que saibas que todos estes anos esperei por ti.
                        Amo-te.

Origem do Teatro


O teatro surgiu na antiga Grécia por volta do século VI a.C. Surgiu no decorrer das festas dionisíacas. Estas festas eram em honra do Deus do vinho, Dionísio. Estas festas faziam parte da cultura Grega. O período destas festas era na Primavera, pois era o período das vindimas. Estendiam-se por vários dias.







Fonte :
http://www.infoescola.com/artes/historia-do-teatro/

Características do Texto dramático

- O que é? 

O texto dramático é uma composição textual, tal como é o texto narrativo ou o texto poético, procede-se à sua feitura com a intenção que a sua finalidade seja a representação. Possui uma organização especial. 
Existe, além do texto principal, um texto secundário, as chamadas “ didascálias. “

 Texto principal: contém as falas das personagens como: monólogos, diálogos e apartes. 

 Texto secundário: é constituído pelas didascálias. As didascálias são uma espécie de indicações, de pormenores a ter em conta na representação.

Estrutura externa do texto dramático 

O texto divide-se em atos e em cenas. 

 Atos -» são grandes núcleos de acção. Distinguem-se uns dos outros, normalmente, por a existência de pausas na representação. Estes dividem-se em cenas ou quadros.

 Cenas -» iniciam-se e terminam com a entrada e saída de personagens da ação.

 Estrutura interna do texto dramático 

 Exposição -» corresponde à fase inicial. Procede-se à apresentação das personagens e dos antecedentes da ação,

 Conflito -» corresponde à sequência de acontecimentos que constituem a ação;

 Desenlace -» refere-se à parte final do texto. Contém o desfecho que, por sua vez, pode ser feliz ou infeliz.

- Como se pode proceder à caracterização de personagens? 

 Através do processo de caracterização: 

 Direta -» quando é feita a enumeração direta de traços específicos de uma personagem; Pode ser feita através de palavras dessa mesma personagem sobre si própria ou, de palavras de outras personagens e ainda, por indicações contidas nas didascálias (exs: gestos / atitudes);

 Indireta -» quando o leitor ou o espectador deduz o que a caracteriza uma personagem através de comportamentos e atitudes dessa mesma personagem. 

Tipos de retrato das personagens:

 Retrato físico -» descrição das características físicas de uma personagem.( Exs .: alto, magro, etc.) 

 Retrato psicológico -» descrição das características psicológicas de uma personagem.(Exs. Sentimentos , pensamentos , entre outros)

 Retrato social -» descrição das características que incidem em aspectos da vida social de uma personagem, como a profissão, a classe social e o seu relacionamento com os outros.

Tempo da ação

Mesmo que a ação tenha ocorrido no passado, a sua representação é sempre feita no presente ou seja, como se estivesse a decorrer no momento em que é apresentada. 

O espaço da ação

A mudança de espaço é visível pela alteração de cenários.

Modos de expressão: 

 Monólogo: é um modo de discurso em que a personagem fala consigo mesma;

 Diálogo: modo de discurso em que duas ou mais personagens falam entre si;

 Aparte: modo de discurso em presença de outras personagens , com o intuito de ser ouvido pelo público ou por uma personagem específica ; Para este fim , a personagem afasta-se das outras .

Tipos de cómico: 

Cómico de linguagem: o vocabulário e o tipo de discurso usado provocam o riso;

 Cómico de carácter: a maneira de ser e a apresentação de uma personagem provocam o riso;

Cómico de situação: o que a personagem executa e as circunstâncias da situação provocam o riso. 





Fonte: escola virtual

A farsa de Inês Pereira

Inês Pereira , era uma rapariga com uma ambição desmedida de subir na vida .  Cansada da vida que levava , sempre a executar tarefas domésticas , Inês Pereira , vê o casamento como a sua única salvação. Na sua cabeça idealiza o companheiro perfeito : alguém que lhe possa dar uma vida feliz e sem preocupações .  A mãe tenta convencer Inês de que esta não se deve precipitar na decisão pois , estas coisas devem ser feita com calma . Dizendo-lhe que quando esta menos esperar eis que aparece um bom partido . 
É contada uma história de assédio a Lianor Vaz . Quando esta estava a caminho da casa de Inês , um rapaz quis agarrá-la . Lianor conta que a sua sorte foi ter aparecido um almocreve . Inês afirma que esta se devia ter defendido , tentando atingi-lo fisicamente . Lianor indignada , diz a Inês que não o poderia fazer . Pois , seria como cometer um pecado . E a sua penitencia seria a excomunhão ( expulsão da igreja ) .
Lionor Vaz diz haver alguém interessado em Inês : Pêro Marques . Inês deseja um marido com boas maneiras , até pode ser pobre . Ao menos tem de se saber comportar . Lianor entrega então uma carta de Pêro Marques a Inês . Nesse escrito , Pêro Marques expõe os seus sentimentos .
Inês ficou com má impressão do pretendente . Inês imaginou como este seria , para ela um reles , uma pessoa pobre sem bens materiais .  Decide mandar chamar Pêro Marques , somente com a intenção de se rir na sua cara . Assim o fez .
Lianor tenta avisar Inês , dizendo-lhe que esta pode ser uma oportunidade única . E que , o que sustenta uma relação , é o dinheiro e não o amor . O que realmente interessa é que este senhor tenha posses para dar a Inês uma vida descansada e feliz , não tendo esta que trabalhar para se sustentar , somente assumir os papéis de uma governanta da casa .
Realiza-se o encontro . Pêro Marques revela-se uma pessoa pouco interessante . Mostrando-se de um coração imenso  , Pêro Marques , leva oferendas provenientes das suas terras . Mas por erro , na altura em que as vai entregar , percebe que as havia perdido no caminho . Portanto , um mau começo .
Apesar de ter como sustentar Inês , Pêro não era do seu agrado . Aborrecida com a situação , Inês Pereira ,  pede-lhe que nunca mais a volte a visitar . Pêro demonstra sentir algo muito forte por Inês mas esta não hesita em repensar na sua atitude .  Um sentimento tão forte , causador de um presumível desgosto fatal . Pêro lamenta-se pela personalidade das mulheres , dizendo que a estas nada as satisfaz .
Espantada por uma enorme falta de saber estar por parte de uma pessoa , Inês, volta a repetir que prefere feio e pobre do que um homem sem maneiras .
Desesperada por  ver a filha não encontrar o marido que idealizava em sua cabeça , a mãe de Inês  , encarrega dois judeus de encontrar o marido ideal para Inês . Estes tentam encontrar alguém de uma boa classe social mas sem êxito . Depois de uma longa procura , os dois judeus encontram então , um escudeiro . Este de imediato mostrou-se interessado em Inês. Dois judeus donos de uma enorme esperteza ; retrataram Inês  como : “ a deusa da perfeição e a rainha de todas as virtudes . “
O escudeiro planeia com o seu vassalo , mentir sobre a sua condição social de forma a garantir o casamento .
Inês diz que não casa por influência de ninguém  , nem da sua própria mãe . Pois , é a sua vida que está em causa . Encantada pelo requinte do escudeiro , Inês pensa ter encontrado quem tanto procurava . Ficou então , noiva do escudeiro . Rapidamente começaram os preparativos para a cerimónia : o casamento . A mãe de Inês concede-lhe a sua casa para estes morarem e parte .
A pouca liberdade que Inês possuía é-lhe retirada pelo marido : o escudeiro . Esta além de não deixar    de ser o que tanto lhe custava , passa a ser somente propriedade do marido e é este quem define as regras . A ele Inês deve obediência . O escudeiro queria precaver-se para nada nem ninguém tirar Inês dos seus braços . O escudeiro não tinha dinheiro para se sustentar .
Inês Pereira vivia como “ prisioneira “ dentro da sua própria casa . O seu marido parte para combater e esta fica a ser vigiada pelo seu “ capataz “ .
Inês vive um tormento  . Deseja ficar viúva , pois , seria a única forma de acordar deste enorme pesadelo que se haveria tornado a sua vida .
O escudeiro morre em combate . Lianor aconselha Inês a casar-se novamente . Apesar de Inês estar aliviada por o seu pesadelo ter findado , lamenta o sucedido . Pois , apesar de tudo , da forma como o escudeiro tratava Inês , este era dono de muitas virtudes , as quais o destacavam da maioria dos comuns ,
Inês acaba por ficar prometida a casamento a  Pêro , o que anteriormente tinha rejeitado . Agora este ,  por herança , tinha-se tornando homem de algumas posses , podemos chamar-lhe de “ camponês rico . “
Ao contrário do escudeiro , Pêro Marques não quer controlar a vida de Inês . Apenas deseja que esta seja feliz .
Um pobre ermitão vai pedir esmola e consegue comover Inês.  Faz-se passar por um falso padre . Inês reconhece-o .Pois , tinha sido um seu antigo namorado . Este afirma estar naquele estado devido ao desgosto amoroso que Inês lhe causou . Inês e o ermitão combinam então um encontro , designando o local como a ermida . Inês consegue  convencer o marido a levá-la à ermida , mostrando-se devota . Na verdade , o seu objetivo era encontrar-se com o falso padre . Com receio de atravessar um obstáculo : o rio , Inês , pede ao seu marido que a leve às costas .  No caminho Inês canta uma  canção . Esta canção alude à sua infidelidade com o marido e a ingenuidade deste por não se aperceber da situação . Pêro acaba por terminar o refrão da canção , não tendo noção que se estava a comportar como um marido enganado .

Conclusão :
E parece que Inês não aprendeu a lição . Primariamente , foi mal tratada por o seu marido , parecia mostrar-se arrependida mas na verdade era uma farsa .
Pêro tinha tudo para a fazer feliz . Inês, apenas não soube dar valor .
Gil Vicente , mostra-se uma pessoa muito atenta à realidade . Esta cena alude a histórias verídicas do nosso dia a dia.
Será que Pêro não percebeu ou não quis perceber ?



Esta peça visa criticar a sociedade do tempo de Gil Vicente , nomeadamente os seus vícios . Gil Vicente consegue isto através do recurso à ironia, ao facto de ter criado personagens tipo e também de ter recorrido ao uso do cómico.

Caracterização das personagens :

As personagens que figuram na peça são personagens tipo pois , estas representam uma classe social . Temos então a representação da moça casadoura , através de Inês ; O escudeiro fanfarrão, encarnado por o Escudeiro ; O labrador simplório, representado por Pêro Marques ; e por fim , a alcoviteira, representada por Lianor Vaz. 

Inês Pereira : através da descrição indirecta podemos concluir que Inês era uma donzela esbelta . Dona de uma grande ambição , sonhava subir na vida .
Exs.: " Parece moça de bem " 
         " Mui graciosa donzela " 
         " vossa fermosura " 



A mãe de Inês :  retrata a típica mãe . Aquela que quer sempre o melhor para a sua filha e que quer que esta seja um exemplo para as outras raparigas .  Também lhe quer garantir um bom Futuro .
Exs.: " Inês, guar'-te de rascão ! " ( evidencia a preocupação com a sua filha )
" que lhe tenhais muito amor " ( a mãe de Inês evidencia uma preocupação com o futuro estado da filha pois, a vida desta haveria tomado um novo rumo )

Lianor : casamenteira e interesseira.  Uma mulher independente, apenas lhe convinha a sua opinião.
Exs.: " Eu vos trago um casamento "  ( casamenteira )
         " Eu vos trago um bom marido " ( casamenteira ) 



Pêro Marques : apesar de possuir inúmeros bens , assume-se como um camponês ingénuo , sem boas maneiras de estar .
Exs.:“  rico, honrado “
       “ eu em meu siso estou “ 
       “ João das bestas homem de bom recado “

Escudeiro ( Brás da Mata ) :  Esta personagem representa a nobreza falida . Gostava de se enaltecer, quando na verdade nem tinha dinheiro para se sustentar. Mostra-se , ainda , uma pessoa de boas maneiras .  Controlador , no caso da sua esposa . Uma pessoa que conseguia dominar os mais fracos , como por exemplo , o seu domínio total sobre o moço , seu criado . Pois , este acredita em tudo o que o seu patrão lhe conta. O escudeiro revela-se portanto , uma pessoa bastante convincente .  .
 Exs.:
          “ Homem que não tem nem preto “ ( expõe a sua situação económica )
           " E se me vires mentir / gabando-me de privado " ( mostra que o escudeiro queria manter intacta a sua imagem , contrária ao que realmente era ) 
             " faze-o por amor de mi " - Mentir sobre a sua situação económica .  ( o escudeiro sabendo que o seu criado era fiel e que sendo uma pessoa honesta numa o iria trair , convencia-o com simples palavras )
          “ um homem avisado “ ( bem formado em termos de educação )
           " homem de descrição " ( sabe como se comportar )
          “ Estareis aqui encerrada/nesta casa, tão fechada/ como freira de Odivelas “ ( controlo do escudeiro sobre Inês , agora sua mulher )
           
        

Latão e Vidal ( os dois judeus ) : Mostram-se como dois Judeus espertos e hábeis no comércio .
 " Nunca vi judeus ferreiros aturar tão bem a frágoa " ( a mãe de Inês mostra-se satisfeita com o bom trabalho por eles realizado )

Moço : revela-se como sendo uma pessoa humilde . Porém , influenciável . Pois , acredita nas mentiras que o seu patrão ( o escudeiro ) lhe conta . Assim o escudeiro consegue-o explorar .


Ermitão : um falso padre . Representa a decadência de valores morais por parte de membros eclesiásticos . Por exemplo, aceita um encontro amoroso com Inês , mesmo sendo contra os seus princípios como membro do clero. 





Tempo da ação: não há indicação do tempo em que decorre a ação. Devido à sequência das cenas constituintes na peça, não é possível termos uma ideia de tempo, o tempo decorrido de espaçamento entre cenas. Exceto numa cena. Vicente apenas menciona nesta obra um tempo exato: aquando da morte do Escudeiro. O escudeiro terá partido para combate e terá sido fatalmente atingido. A sua esposa, Inês Pereira, agora viúva, só toma conhecimento disto três meses depois. Pois, todas as cenas aparecem encadeadas, formando um todo coeso.



Espaço da ação: A maior parte das cenas é passada num lugar específico: a casa da mãe de Inês. Que Inês terá herdado após o seu matrimónio. No decorrer da ação a casa de Inês torna-se um local de passagem de todas as personagens.



Explicando o provérbio que serve de introdução á cena : “ Mais vale asno que me leve que cavalo que me derrube. “
O  cavalo  simboliza  o primeiro marido de Inês, o Escudeiro .  Este com sua agressividade e autoritarismo acaba por derrubá-la . Pois , mostra-se muito diferente do que aparentava ser . Ou seja Inês ao tornar-se mulher do Escudeiro tornou-se dependente deste então , era este quem definia as regras. Proibiu-a de qualquer tipo de liberdade.  Pêro Marques é o asno que a leva e faz todas as suas vontades.


Tipos de cómico apresentados na peça :
   Cómico de carácter: Como por exemplo, a personalidade de Pêro Marques (quando este no primeiro encontro com Inês se atrapalha perante ela e a sua mãe , mostrando-se um camponês bronco e tolo) .  Outro exemplo, é a posição que escudeiro mantém sempre. Este quer aparentar ser o que não é , mostrando uma luxúria ilusória. Apesar de ser pobre e cobarde mantém o seu discurso sempre com muita elegância, fingido que está tudo bem em suas vidas para isto recorre a toque de instrumentos e ao cante. Tenta revelar-se valente , não tendo fraquezas e misérias.

·        Cómico de situação: Por exemplo , quando Pêro Marques , no encontro com Inês , se senta na cadeira de costas para Inês e sua mãe . No diálogo entre os dois judeus , encarregues de encontrar o marido idealizado por Inês. Estes ansiosos por realizarem o casamento de Inês com o Escudeiro atrapalham-se a conversar: interrompem-se um ao outro e repetem coisas já ditas anteriormente, mostrando um certo nervosismo.
No último ato , no desfecho da cena , quando Pêro Marques , agora marido de Inês a transporta em suas costas e ingénuo acaba por terminar o refrão de uma canção que contém o que a sua mulher ( Inês ) anda a fazer. Este mostra-se ingénuo por não perceber .

    Cómico de linguagem: Por exemplo , na cena em que Pêro Marques visita Inês no desejo de realizar um bom casamento e , o seu discurso contém termos e expressões de um simples camponês , de um homem pouco instruído.
Também, na cena em que os dois Judeus ansiosos por unir matrimónio entre Inês  e o Escudeiro, tentam convencer ambos de que esta é uma boa oportunidade e acabam por se atrapalhar na conversa ; havendo , um discurso repetitivo pois , estes encontravam-se nervosos e também longo.

Também , podemos encontrar o cómico de linguagem quando Inês diz : “  Ei-lo se vem penteado/ será com um ancinho ? “ Inês “goza” com a forma de ser de Pêro . Também , na ironia do moço ( vassalo do escudeiro ) revela através da ironia a verdadeira condição social do seu patrão , evidenciando-o nada mais , nada menos que um pelintra.  E ainda ,diálogo entre Pêro e a mãe de Inês , quando Pêro Marques diz que seu é o “ mor gado “ e , a mãe de Inês entende que este seja morgado. Não sendo este herdeiro de todos os bens por ser o irmão mais velho mas sim , quem tratava de animais , era disto que ganhava o seu sustento.