quinta-feira, 17 de março de 2016

Lírica camoniana: temas, formas, influências

   Na lírica camoniana predomina o tema do amor, cantado em todos os tons,
   Além dos temas amorosos salienta-se  o do desconcerto ou do absurdo. referindo ora a aspetos sociais e morais, ora a um sentido mais profundo, que engloba toda a existência: o eterno problema do mal. Temos ainda  composições de tema religioso, motivadas por influências bíblicas, e finalmente poemas de circunstância.
   Quanto às formas, a variedade da lírica camoniana não é menor.
   Como é natural, a maioria das composições adotam a medida nova que o Renascimento pôs em voga e alguns géneros líricos herdados da estética clássica: O soneto, o terceto, a oitava-rima, a canção e a ode, a elegia, a écloga.
   O uso destas formas vasadas no decassílabo arrasta quase sempre uma atitude séria face aos temas tratados.
   No conjunto da obra lírica sente-se a fecunda influência de Virgílio, Ovídio e Horácio.
   Torna-se ainda mais patente a influência de Petrarca e dos petrarquistas, que Camões traduz, glosa, parafraseia, aproveitando a seu modo, no sentido da sua forma mental, temas , tópicos, giros estilísticos que se tornaram a gramática poética obrigatória da poesia amorosa do Renascimento.
   Alguns desses temas derivam já da poesia provençal e do romance cortês: a mulher como ser superior, quase divino, de beleza inefável.
   Camões "petrarquizou" como fizeram todos os poetas seus contemporâneos, maiores ou menores. Essa atitude era própria da poética renascentista, fundamentalmente imitativa, empenhada no aperfeiçoamento através da aprendizagem com os modelos, nada disto era incompatível com a expressão da originalidade pessoal, nem sequer com o cultivo de uma "maneira" individual.





FONTE:   "Viagens" Literatura Portuguesa 10º ano 

segunda-feira, 14 de março de 2016

Classicismo

Classicismo, ou Quinhentismo (século XV) é o nome dado ao período literário que surgiu na época do Renascimento (Europa séc. XV a XVI). Um período de grandes transformações culturais, políticas e económicas.
Vários foram os fatores que levaram a tais transformações, dentre eles a crise religiosa (era a época da Reforma Protestante, liderada por Lutero), as grandes navegações (onde o homem foi além dos limites da sua terra) e a invenção da Imprensa que contribuiu muito para a divulgação das obras de vários autores gregos e latinos (cultura clássica) proporcionando mais conhecimento para todos.
Foi na arte renascentista que o antropocentrismo atingiu a sua plenitude, agora, era o homem que passava a ser evidenciado, e não mais Deus.
A arte renascentista se inspirava no mundo greco-romano (Antiguidade Clássica) já que estes também eram antropocêntricos.


Características do Classicismo

  • Racionalismo: a razão predomina sobre o sentimento, ou seja, a expressão dos sentimentos era controlada pela razão.
  • Universalismo: os assuntos pessoais ficaram de lado e as verdades universais (de preocupação universal) passaram a ser privilegiadas.
  • Perfeição formal: métrica, rima, correção gramatical, tudo isso passa a ser motivo de atenção e preocupação.
  • Presença da mitologia greco-latina
  • Humanismo: o homem dessa época se liberta dos dogmas da Igreja e passa a se preocupar com si próprio, valorizando a sua vida aqui na Terra e cultivando a sua capacidade de produzir e conquistar. Porém, a religiosidade não desapareceu por completo.

Principais Autores e Obras

Luís Vaz de Camões
Um dos maiores nomes da Literatura Universal, e certamente, o maior nome da Literatura Portuguesa.
Escreveu poesias (líricas e épicas) e peças teatrais, porém sua obra mais conhecida e consagrada é a epopeia “Os Lusíadas” considerada uma obra-prima.
Essa obra é dividida em 10 partes (cantos) com 8816 versos distribuídos em 1120 estrofes e narra a viagem de Vasco da Gama às Índias enfatizando alguns momentos importantes da história de Portugal.
Outros escritores existiram, porém não tiveram tanto destaque quanto Camões, são eles: Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro e António Ferreira.
O Classicismo terminou em 1580, com a passagem de Portugal ao domínio espanhol e também com a morte de Camões.
Leia mais sobre os Escritores do Classicismo.


Características de uma epopeia

  • É escrita em versos.
  • O tema é sempre grandioso e heróico e refere-se à história de um povo.
  • É composta de proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo.

Fonte:
InfoEscola: http://www.infoescola.com/literatura/classicismo/

Humanismo

humanismo foi uma época de transição entre a Idade Média e o Renascimento.

Como o próprio nome já diz, o ser humano passou a ser valorizado.
Foi nessa época que surgiu uma nova classe social: a burguesia. Os burgueses não eram nem servos e nem comerciantes.

Com o aparecimento desta nova classe social foram aparecendo as cidades e muitos homens que moravam no campo se mudaram para morar nestas cidades, como conseqüência o regime feudal de servidão desapareceu.
Foram criadas novas leis e o poder parou nas mãos daqueles que, apesar de não serem nobres, eram ricos.

O “status” econômico passou a ser muito valorizado, muito mais do que o título de nobreza.
As Grandes Navegações trouxeram ao homem confiança de sua capacidade e vontade de conhecer e descobrir várias coisas. A religião começou a decair (mas não desapareceu) e o teocentrismo deu lugar ao antropocentrismo, ou seja, o homem passou a ser o centro de tudo e não mais Deus.
Os artistas começaram a dar mais valor às emoções humanas.
É bom ressaltar que todas essas mudanças não ocorreram do dia para a noite.


HUMANISMO = TEOCENTRISMO X ANTROPOCENTRISMO
Algumas manifestações

- Teatro
O teatro foi a manifestação literária onde ficavam mais claras as características desse período.
Gil Vicente foi o nome que mais se destacou, ele escreveu mais de 40 peças.
Sua obra pode ser dividida em 2 blocos:
Autos: peças teatrais cujo assunto principal é a religião.
“Auto da alma” e “Trilogia das barcas” são alguns exemplos.
Farsas: peças cômicas curtas. Enredo baseado no cotidiano.
Farsa de Inês Pereira”, “Farsa do velho da horta”, “Quem tem farelos?” são alguns exemplos.

Poesia
Em 1516 foi publicada a obra “Cancioneiro Geral”, uma coletânea de poemas de época.
O cancioneiro geral resume 2865 autores que tratam de diversos assuntos em poemas amorosos, satíricos, religiosos entre outros.

Prosa
Crônicas: registravam a vida dos personagens e acontecimentos históricos.
Fernão Lopes foi o mais importante cronista(historiador) da época, tendo sido considerado o “Pai da História de Portugal”. Foi também o 1º cronista que atribuiu ao povo um papel importante nas mudanças da história, essa importância era, anteriormente atribuída somente à nobreza.

Obras
“Crônica d’El-Rei D. Pedro”
“Crônica d’El-Rei D. Fernando”
“Crônica d’El-Rei D. João I”

Fonte:
InfoEscola:  http://www.infoescola.com/literatura/humanismo/

Renascimento

Renascimento foi um movimento cultural que marcou a fase de transição dos valores e das tradições medievais para um mundo totalmente novo, em que os códigos cavalheirescos cedem lugar à afetação burguesa, às máscaras sociais desenvolvidas pela burguesia emergente.
Esta importante etapa histórica predominou no Ocidente entre os séculos XV e XVI, principalmente na Itália, centro irradiador desta revolução nas artes, na literatura, na política, na religião, nos aspectos sócio-culturais. Deste pólo cultural o Renascimento propagou-se pela Europa, especialmente pela Inglaterra, Alemanha, Países Baixos e com menos ênfase em Portugal e Espanha.
Neste momento crítico de profundas transformações, surgiu o Renascimento, com uma eclosão criativa sem precedentes, inspirada nos antigos valores greco-romanos, retomados pelos artistas que vivenciaram a decadência de um paradigma e o nascimento de um universo totalmente diferente. Este movimento representou, portanto, uma profunda ruptura com um modo de vida mergulhado nas sombras do fanatismo religioso, para então despertar em uma esfera materialista e antropocêntrica. Agora o centro de tudo se deslocava do Divino para o Humano, daí a vertente renascentista conhecida como Humanismo.
Alguns estudiosos atribuem a expressão Renascimento ao italiano Giorgio Vasari, que a teria usado para explicar o esplendor artístico e cultural vivenciado na Itália neste período, com repercussões na pintura, na literatura e na ciência. Outros atribuíam ao historiador francês Jules Michelet o uso deste termo ao se reportar a esta época, quando Giotto revolucionava as artes plásticas, enquanto Petrarca se tornava o pioneiro do Humanismo.
Na sociedade desenvolviam-se rapidamente instâncias políticas intensamente centralizadas, uma economia de âmbito urbano e de natureza mercantil, e florescia o mecenato – surgimento de mecenas, ou seja, patrocinadores das artes, dos criadores.
Na vertente humanista da Renascença, o Homem é a peça principal, agora ocupando o lugar antes impensável do próprio Criador. Este aspecto antropocentrista se prolonga por pelo menos um século em toda a Europa Ocidental. Petrarca via este período como o fim de uma era sombria, referindo-se à Era Medieval. Este movimento privilegia a Antiguidade Clássica, mas não se limita a reproduzir suas obras, o que reduziria sua importância. Seus seguidores recusavam radicalmente os valores medievais e para alcançar esse objetivo usavam a cultura greco-romana como o instrumento mais adequado para a realização de suas metas.
Além do Antropocentrismo, o Renascimento também introduz princípios hedonistas – a busca do máximo prazer no momento presente, como tesouro maior do Homem – e individualistas – a exaltação do indivíduo e de sua suprema liberdade dentro do grupo social -, bem como o otimismo e o racionalismo.

Em Portugal o Renascimento, em gérmen desde finais de Quatrocentos, quando se instalaram  por cá humanistas, teve condições sobremaneira propicias nos sucessos do reinado de D. Manuel


Fontes:
"Viagens" Literatura Portuguesa 10º ano
InfoEscola: http://www.infoescola.com/movimentos-culturais/renascimento/