A Idade Média é um período da história da Europa entre os
séc. V e XV. Subsequente à queda do Império Romano do Ocidente à mão dos
invasores "bárbaros".
Esta época foi posteriormente considerada como uma "longa noite de dez séculos" pelos intelectuais do Renascimento europeu, e "reabilitada" no séc. XIX pelos Românticos, que nela viam, sobretudo, uma época de afirmação das pátrias, línguas, literaturas, culturas e "identidades" dos diversos povos europeus.
No que respeita à língua, a Idade Média assistiu à substituição do latim,língua oficial de todo o Império Romano, pelas diferentes línguas nacionais, de origem latina, como o português,o castelhano, o catalão, o francês, o provençal, ou de origem não latina, como as línguas germânicas os eslavas.
A par dos senhores, e como classe que possuía grandes riquezas e poder,destacava-se o clero cristão.
Quando ao poder
político da Igreja e do clero,ele foi diminuindo gradualmente à medida que se
afirmava o dos senhores e dos estados.
Uma outra razão da
importância execional do clero na Idade Média esteve no facto de nos seus
membros residir todo o saber medieval. Ao clero devemos a manutenção de algum
do saber antigo (de gregos e romanos) e uma importante ação no domínio da
educação e do ensino, bem como na difusão cultural (cópia de
manuscritos,organização de importantes bibliotecas)
Tudo se subordinava à ideia de que Deus era a "medida de todas a coisas",e, como tal, para Ele deveria convergir a atenção dos homens. Por isso se diz que a Idade Média foi uma época teocêntrica, Deste teocentrismo encontramos marcas na vida medieval, a todos os níveis:
Tudo se subordinava à ideia de que Deus era a "medida de todas a coisas",e, como tal, para Ele deveria convergir a atenção dos homens. Por isso se diz que a Idade Média foi uma época teocêntrica, Deste teocentrismo encontramos marcas na vida medieval, a todos os níveis:
- Político:
- construção de estados e de sociedades estratificadas em classes, profundamente hierarquizadas, à semelhança da hierarquia, em pirâmide, na Igreja Romana;
- poder real do Papa sobre os próprios estados europeus (lembramos que D. Afonso Henriques só pode descansar quando obteve, mediante a promessa de pagamento de um imposto anual ao Papa, o seu reconhecimento como rei de Portugal);
- no incremento e incentivo às guerras de religião (Cruzadas);
- Cultural e artístico:
- monopólio na educação e no ensino;
- na filosofia: a filosofia era Patrística ou filosofia dos Padres e Doutores da Igreja, como Santo Agostinho ou S. Tomás de Aquino;
- na arquitetura: da Idade Média ficaram-nos os castelos e fortes militares (para defesa, nas guerras) e catedrais verticalmente erguidas para Deus;
- na pintura: o que se representava em frescos, ícones, vitrais, iluminuras ou mosaicos eram cenas relacionadas com Escrituras e a vida dos santos,a par das cenas alegóricas;
- nas artes ditas menores: arte sacra, ourivesaria, paramentos, iluminuras (livros de Horas, de missais e outros livos e códices).
- Na vida quotidiana:
- aceitação do sofrimento, do trabalho duro e mal remunerado, da doença, das privações, como instrumentos de purificação e salvação da alma; reforço de uma moral restritiva dos impulsos,no domínio, sobretudo, da sexualidade; repressão a membros simpatizantes de doutrinas e práticas heterodoxas (heresia, feitiçaria); valorização da morte em combates pela Fé;
FONTE: PAIS, Amélia Pinto, 2004, História da Literatura em Portugal