quinta-feira, 12 de novembro de 2015

A Idade Média,na Europa e em Portugal

A Idade Média é um período da história da Europa entre os séc. V e XV. Subsequente à queda do Império Romano do Ocidente à mão dos invasores "bárbaros".

 Esta época foi posteriormente considerada como uma "longa noite de dez séculos" pelos intelectuais do Renascimento europeu, e "reabilitada" no séc. XIX pelos Românticos, que nela viam, sobretudo, uma época de afirmação das pátrias, línguas, literaturas, culturas e "identidades" dos diversos povos europeus.

No que respeita à língua, a Idade Média assistiu à substituição do latim,língua oficial de todo o Império Romano, pelas diferentes línguas nacionais, de origem latina, como o português,o castelhano, o catalão, o francês, o provençal, ou de origem não latina, como as línguas germânicas os eslavas.

A par dos senhores, e como classe que possuía grandes riquezas e poder,destacava-se o clero cristão.
 Quando ao poder político da Igreja e do clero,ele foi diminuindo gradualmente à medida que se afirmava o dos senhores e dos estados.

 Uma outra razão da importância execional do clero na Idade Média esteve no facto de nos seus membros residir todo o saber medieval. Ao clero devemos a manutenção de algum do saber antigo (de gregos e romanos) e uma importante ação no domínio da educação e do ensino, bem como na difusão cultural (cópia de manuscritos,organização de importantes bibliotecas)  

Tudo se subordinava à ideia de que Deus era a "medida de todas a coisas",e, como tal, para Ele deveria convergir a atenção dos homens. Por isso se diz que a Idade Média foi uma época teocêntrica, Deste teocentrismo encontramos marcas na vida medieval, a todos os níveis:



  • Político:  
           - construção de estados e de sociedades estratificadas em               classes, profundamente hierarquizadas, à semelhança da               hierarquia, em pirâmide, na Igreja Romana;

           - poder real do Papa sobre os próprios estados europeus                (lembramos que D. Afonso Henriques só pode descansar               quando obteve, mediante a promessa de pagamento de                 um imposto anual ao Papa, o seu reconhecimento como               rei de Portugal);

           - no incremento e incentivo às guerras de religião                            (Cruzadas);



  •  Cultural e artístico:

            - monopólio na educação e no ensino;
            - na filosofia: a filosofia era Patrística ou filosofia dos Padres e Doutores da Igreja, como                       Santo Agostinho ou S. Tomás de Aquino; 

            - na arquitetura: da Idade Média ficaram-nos os castelos e fortes militares (para defesa, nas                   guerras) e catedrais verticalmente erguidas para Deus;

            - na pintura: o que se representava em frescos, ícones, vitrais, iluminuras ou mosaicos eram                   cenas relacionadas com Escrituras e a vida dos santos,a par das cenas alegóricas;

            - nas artes ditas menores: arte sacra, ourivesaria, paramentos, iluminuras (livros de Horas, de                 missais e outros livos e códices).



  • Na vida quotidiana:

             - aceitação do sofrimento, do trabalho duro e mal remunerado, da doença, das privações,                        como instrumentos de purificação e salvação da alma; reforço de uma moral restritiva dos                    impulsos,no domínio, sobretudo, da sexualidade; repressão a membros simpatizantes de                      doutrinas e práticas heterodoxas (heresia, feitiçaria); valorização da morte em combates pela                Fé;

             





                                        FONTE: PAIS, Amélia Pinto, 2004, História da Literatura em Portugal